domingo, 8 de abril de 2012

Dias melhores!



Mais um dia limpa!

Acordei tarde e fomos para o shopping, o bebê adora aquelas piscinas de bolinha.
Na volta estava chovendo, ele saiu para o trabalho e fiquei aqui brigando com a vontade de me empanturrar de chocolate.
Na sequência falei com meu primogênito que felizmente está aceitando melhor o término do relacionamento e até está um pouco animado a voltar.
Diante de tais notícias fiquei em paz. Acabou que peguei no sono deitada com o bebê.
A vida resolve  naturalmente os problemas que a  gente pensa que não tem solução, de uma maneira muito simples.
Durante um tempo foi difícil para mim ir ao shopping e ver aquelas torres de chopp nas mesas e não ter uma vontade louca de tomar um gole.
Hoje passo por elas de uma maneira tão natural,vou direto para a lojinha de café expresso, uma coisa que gosto muito.Tudo é questão de mudança de hábito.
Uma mudança mais do que necessária.
Ouvi dizer que uma cunhada minha acha  que " recaí  depois de 1 ano e meio limpa por que sou sem vergonha mesmo, porque gosto!"
Quem é que gosta de abandonar o conforto de uma cama quentinha para passar madrugadas de frio ou chuva nas biqueiras?
Ficar sem alimentar-se ou tomar banho simplesmente por estar tão paranóico prestando atenção em barulhos inexistentes, em perseguidores invisíveis, com a musculatura travada de medo, a tal ponto de não perceber as horas e os dias se passarem? Pior que um animal.
Nem consigo acreditar que passei noites no meio do mato sozinha usando crack.
Ah se realmente fosse por apenas gostar, seria então o cúmulo do sadismo, esta é a humilhação a que nos submetemos ao usar o crack.
Só quem sabe, ou convive muito de perto para entender o que é.
Além do mais, não sabemos o dia de amanhã, inclusive quem tem filhos.
Eu enchia a boca para falar que nunca tinha me metido com droga na vida.
Falava de uma forma soberba como quem despreza o adicto, foi assim que me ensinaram na infância a não respeitar os que eram dependentes.
Aos trinta anos me vi dependente de crack, a pior de todas elas. E agora?
Como recriminar? 
A cabeça teve que aceitar a nova condição e entender como doença.
Aprendi de uma forma muito cruel que somos todos iguais
perante o pai.
Cabe a cada um de nós educarmos nossos filhos sobre o perigo das drogas, mas também ensinar a ter respeito pelos que sofrem, quem sabe assim no futuro, nossas crianças ajudem a criar um mundo melhor com novas idéias inclusive dentro da área da saúde.
Mais 24 horas.

Grata senhor 
por mais um dia
limpa.

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