Família, minha fortaleza.

Mais um dia limpa.
Meu marido hoje ficou em casa, fazendo bagunça com o filhote.
Eu saí para comprar um material de artesanato aqui perto mesmo, voltei logo. Eles foram um pouco para casa da sogra. Gostei, assim pude deixar a casa em ordem. Voltaram já era noite. Não deu para sair, o carro estava na oficina. O passeio ficou para amanhã. Ele só vai trabalhar na sexta.
Agora a noite terminei um trabalho que estava pela metade enquanto eles faziam uma bagunça...
E foi isso. Um dia normal para muitos, uma benção na vida de uma DQ. Cada dia em que conseguimos chegar ao fim de uma noite sem droga, melhor ainda, sem vontade de usar, nossa! Sem palavras par descrever como é boa a sensação de liberdade. Poder conseguir focar em outras coisas que não seja a droga ou a bebida, não tem preço. Uma coisa que ajuda  muito na recuperação é uma relação de cumplicidade com outra pessoa, não para que esta pessoa passe a mão na cabeça com relação ao uso, mas para poder se abrir, ter confiança em falar dos sentimentos e pedir ajuda nos momentos em que sentimos que estamos frágeis. Quando a gente tem alguém assim por perto , por mais que o resto do mundo nos atire pedra (indiretas do povo dele, como hoje por exemplo), não importa, a gente fica forte. Eu conto tudo para meu marido, ainda que eu saiba que ele não concorda com certas coisas que envolvem a família dele ou sobre minha crença ( espirita) ele é evangélico, fica calado me ouvindo falar, as vezes eu percebo pelo semblante dele que está me ouvindo por educação. Ele sabe da minha necessidade de desabafar. Importante para mim é que sei que posso contar com ele. Se sinto vontade de beber por exemplo, chego nele e falo que estou com vontade, a gente conversa procura uma estratégia para resolver o problema até que a vontade passe. Este é um dos momentos mais admiráveis dos nossos co dependentes, nossos anjos de guarda. Um dia quero poder olhar para trás e dizer a ele que seu esforço valeu a pena.


Mais 24 horas.


Obrigada senhor por mais um dia.