Hoje está um dia chuvoso em São Paulo, um dia em que os dependente
que vivem na região da cracolandia sofrem mais.
Alguns ainda têm a consciência de irem para um abrigo durante a noite
e se drogam no durante o dia. Outros procuram as marquises, viadutos
ou qualquer canto que os permitam o uso, uma parte consegue algum dinheiro
para pagar uma diária num dos hotéis baratos e propícios.
Mas uma parte fica no frio, na chuva, indiferentes a própria vida, por vezes não
resistem, desistem, e não acordam no dia seguinte.
E seu corpo sem vida fica ali atrapalhando o tráfego das ocupadas pessoas
até que chegue o resgate recolha para enterrar como indigente.
Tudo acontece debaixo dos olhos das autoridades que fingem importar,
fazem rondas horárias para mostrar serviço, mas para que se importar?
É um mercado muito lucrativo para muita gente, menos para os adictos doentes
que não passam de crianças emocionalmente falando,
esquecidos sobre quem jogam toda a culpa pelos crimes de gente "grande".
Um mercado lucrativo que nunca tem fim.
Que triste realidade não é mesmo? A que ponto chega o ser humano, o que se submete à isso (porém sem escolhas por estar adoecido) e o que vê tudo isso e nada faz...
ResponderExcluirBeijos
Fiz uma retrospectiva à minha ativa.
ResponderExcluirFui lá longe, onde muitas vezes eu estava sentado como estes que estão na foto.
Vi, por algumas vezes, parceiros meus deitarem e não levantarem no dia seguinte, nas praças e ruas de Recife.
Deixei minha cama, minha família e fui dormir nas ruas. Fui andar pelo mundo, me drogando, aprontando, virando o diabo.
Lembro-me que acordei, certa vez, crente que estava em casa...acordei com a galera me chamando para pegar a sopa, que o pessoal distribuia pelas madrugadas. Quando eu olhei para o céu, não vi o teto de meu apartamento...vi foi os carros passando e notei que em baixo do viaduto Tancredo Neves, no Recife. Olhei e vi que estava com o meu lençol. Até hoje eu me pergunto como é que aquele lençol foi parar ali?
Se ele estava ali, provavelmente eu fui em buscá-lo...se fui buscá-lo, porque não durmi em casa?
Não me lembro de nada?
Lembro-me das vezes que durmi em cima das paradas de ônibus, no terminal da Vila do Ipsep. Lembro-me das vezes que durmi nas calçadas das auto-mecânica, na Avenida Recife...Lembro-me das vezes que durmi ao relento, coberto por um pequeno pedaço de papelão.
Sei como é o frio das madrugadas. Sei como é viver nas ruas. Hoje eu estou aqui, com minha caminha pronta, só me espando....mas sei que existem muitos que estão uma hora dessa, rodado pelo mundo....dois deles são meus irmãos menores, que continuam sendo moradores de rua, por serem usuários de drogas.
TAMUJUNTU, amiga.
Obrigada amigo,realmente passa um filme na mente da gente, foto acima encontrei na net por acaso,
ResponderExcluirmas convive de perto com aquela mesma turminha.
é realmente muito triste saber que eles ainda estão por lá, ainda mais num dia como hoje. Como vc mencionou, temos nossa caminha quentinha e uma boa refeição enquanto eles...Ninguém que quer viver assim, ainda tem gente que chama o adicto de sem vergonha mas estar no lugar ninguém quer.